Índios Tupinambá |
Embora não se saiba com exatidão a quantidade de indígenas
que habitavam Pindorama (nome tupi para a região que hoje se compreende como
Brasil) antes da invasão, pesquisadores apontam um número de 4 a 5 milhões de índios
de diversas etnias. Essas populações foram massacradas tanto por armas de fogo
quanto por doenças trazidas pelos brancos europeus, e continuam sendo pelas
mãos de garimpeiros e fazendeiros. Mas a ancestralidade desses povos permanece
viva pela arte, e entre as expressões artísticas citamos em especial a música.
A música indígena é fundamentalmente baseada no canto, porém
também existem variedades instrumentais. O índio faz música para exaltar a
natureza rica que o rodeia, para socializar com os demais moradores da tribo e
entrar em contato com o mundo espiritual, transformando esta arte em uma
experiência transcendental. Ao escutar um canto indígena pela primeira vez
podemos relacioná-lo à música árabe e indiana nas quais a voz é também imprescindível.
O grupo indígena de rap Brô Mc's |
Porém a música indígena não é estática, ela não permanece em
sua totalidade a mesma desde a época da invasão europeia. Não é difícil
encontrar índios que fazem música indígena com a mistura de outros ritmos. Um
exemplo disso é o grupo Brô Mc’s composto por quatro jovens guarani-kaiowá que
cantam rap em português e guarani. Clemerson Veron, um dos integrantes do grupo
já prevendo a xenofobia e racismo que sofreria mandou o seu recado - “A nossa
cultura é o nosso rosto, a nossa pintura, a nossa pele, nossa cor, nossas músicas,
nossa língua. Não deixamos a nossa cultura quando cantamos rap”.
Entre os não-indígenas que fazem música indígena podemos
citar alguns nomes na cena brasileira como Gilberto Gil, Tetê Espíndola,
Geraldo Espíndola e Gaby Amarantos, mas nenhum deles se dedicou tão
intensamente à cultura indígena como a cearense Marlui Miranda.