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Gal no final dos anos 60 |
Lá em Salvador, capital da Bahia e antiga capital do Brasil,
nascia em 26 de setembro de 1945 Maria da Graça Costa Penna Burgos,
mundialmente conhecida como Gal Costa.
A garota tímida, de olhos brilhantes e boca divinamente
desenhada aprendeu a cantar sozinha, se dedicando a ouvir intensamente às
grandes vozes femininas dos anos 50. Dalva de Oliveira, Ângela Maria e Elizeth
Cardoso estavam entre as suas favoritas. Além disso dizem que a mãe de Gal,
Maria Costa Penna, enquanto grávida, ouvia incessantemente à música clássica
encostando a sua barriga na vitrola para que a sua filha nascesse com dons musicais.
Se isso é verdade não podemos
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Gal e Caetano em Recanto |
dizer ao certo, muito menos se essa é uma prática
que funciona, mas duas coisas são certas, Gracinha cresceu e se transformou em
uma das maiores artistas que o mundo já conheceu e o incentivo incansável de
sua mãe a ajudou a conquistar este título.
Caetano quando conheceu Gal em meados dos anos 60, como já
se podia esperar, caiu de amores por aquela que seria sua companheira de
estrada para toda a vida, como exemplos dessa parceria duradoura o último disco
da cantora foi produzido e dirigido pelo Caê. Antes de conhecer Caetano, Gal já
era amiga de Dedé Gadelha, a primeira esposa de Caetano.
A parceria entre Gal e Caetano foi e é tão intensa que a
mídia (e às vezes os próprios fãs) tentavam a
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Maria Bethânia e Gal Costa |
todo custo coloca-la contra a
irmã de Caetano, Maria Bethânia, inventando histórias de inveja, disputa e
desamor. Tal rivalidade nunca existiu e as duas participaram de duetos em gravações
de seus discos, além do projeto Doces Bárbaros, que foi uma explosão meteórica
dos quatro baianos, Gal, Caetano, Bethânia e Gil, que durou pouco tempo e ainda
assim causou furor entre a sociedade brasileira dos anos 70. Bethânia ainda foi
convidada a fazer parte do Movimento-Manifesto Tropicália, mas recusou o pedido
por estar cansada de ser cantora de protesto após ter participado do musical
Roda Viva substituindo a musa da bossa nova Nara Leão.
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Gal Costa e Roberto Carlos |
A Tropicália que foi um movimento de contestação da arte
vigente na sociedade brasileira dos anos 60, juntou artistas e intelectuais das
mais diversas áreas para renovar e atualizar as manifestações artísticas
brasileiras sem deixar de lado suas raízes. Uma resposta à Jovem Guarda de
Roberto Carlos, Erasmo Carlos e Wanderléia, que estudiosos e apreciadores da
música brasileira consideram um movimento entreguista à moda do iê-iê-iê
norte-americano e inglês. Apesar das diferenças Gal trabalhou diversas vezes com Roberto e Erasmo e dois dos registros que exaltam a artista foram escritos pelos roqueiros, "Meu Nome é Gal" e "Musa de Qualquer Estação".